sábado, 28 de janeiro de 2012

India goesa

Ola :)

Venho partilhar as experiencias dos ultimos dias e mais logo espero colocar imagens (neste sitio a net e muito lenta, o normal como ja sabem :P).

Entao e assim, nestes ultimos dias tenho andado perdido nas ruas e achado nas vielas, ou seja, tenho visitado e explorado a Goa dos nossos sonhos. Uma Goa vasta, constituida por casas que misturam a arquitectura portuguesa e indiana e que se assemelham ao estilo colonial portugues no seu esplendor maximo e que podemos ver tanto no interior do estado, onde prosperam as quintas e florestas de coqueiros e bananeiras, como perto das praias onde florescem turistas. O mais importante das casas e que dao abrigo a quase todos, nao se vem muitas pessoas nas ruas a dormir como nos outros cantos da india e devido a religiao catolica estar aqui bem instalada, tambem nao se vem muitas das desigualdades que o hinduismo ou islamismo provocam (em termos da igualdade de genero e por ai fora). Tambem tive oportunidade de visitar as praias e algumas sao de facto muito boas, mas na generalidade sao interessantes apenas.

O que mais me marcou e sem duvida o espirito destas pessoas, dos goeses (e a comida deles eheheh)! Com um sorriso e um ola falam connosco, partilham a vida, os que falam portugues (e ainda sao alguns por estas bandas apesar de estarem a diminuir) fazem questao de falar e sao extremamente hospitaleiros e amigaveis. Sentimo-nos em casa com o calor destas pessoas que sao deveras diferentes do resto da india. Nao que nao sejam hospitaleiros ou amigaveis nos outros locais, mas ha aqui uma qualquer coisa que so aqui existe e se sente: "portugalidade" (nas palavras do Joao Cardiga, um companheiro de viagem, ainda que ha distancia, e tambem ele a realizar uma viagem a volta do mundo).

Esta "portugalidade" esta viva atraves da lingua, da forma das pessoas viverem e se expressarem, nas expressoes faciais e por vezes semelhantes as europeias, na calma com que se vive por oposicao a correria que e nas outras cidades e regioes que tiveram algum tipo de influencia europeu ou outro, enfim, na disponibilidade para uma boa conversa e contar como era antigamente. E estranho ver a lingua portuguesa a desaparecer aqui, da-nos a sensacao de quao importante foi e e a nossa lingua e da impotencia perante documentos, nomes, lojas e tanta coisa com nomes que cada vez menos pessoas conseguem ler ou entender, tudo e passageiro, tudo muda!

Penso que Goa e como uma brisa ligeira numa tarde quente de verao, que nos refresca e deixa relaxados, saciados da sede do mundo. Deixa-nos em paz interna e prontos para enfrentar a noite com um copo de vinho, um qualquer peixe ou carne grelhados e um grupo de amigos proximos!

Dev Bora Koru Mog Asu

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dias de lazer e crescimento :)

Olaaa :)

Estou na Kurdle beach perto de Gokarna no norte do estado de Karnataka a sul do estado de Goa. Nesta regiao ha florestas de coqueiros a perder de vista e pantanos e ilhas a torto e a direito. E bom para quebrar a monotonia das cidades e quantidades de gente massicas ... De resto aina ha mais uma coisa que nao mencionei: praias!!!

E que praias fantasticas aqui se encontram! E mesmo delicioso, agua quente, coqueiros, vacas, pessoas em pouca quantidade e um clima de paz e relaxamento que atrai a malta do yoga e da meditacao a esta zona, por isso de manha  e acordar e ve-los nos seus exercicios e a a relaxar o resto do dia. E mesmo engracado e da para seguir facilmente a onda e relaxar e viver mesmo o sitio, como se estivessemos acolhidos por uma familia num qualquer lado do mundo mas aqui estamos mais virados para nos e para o nosso interior. Tenho feito alguma meditacao como sempre faco, seja a nadar seja a pensar a noite, ou agora na minha rocha favorita em frente ao mar onde so o oico a ele (ao mar) e as ondas que ele me envia e que se estilhacam na base das rochas que me acolhem. Alem disso e so o vento no topo dos coqueiros e pouco mais se ouve :) O loal onde estou e o Uma Garden e e O sitio da praia. Fica num dos lados da baia onde os socalcos contem as cabanas onde a malta fica hospedada e coqueiros que protegem do vento vindo do mar enquanto a encosta atras protege do vento vindo da terra. Alem disso a noite so se ouve mesmo o mar e o vento numa danca harmoniosa que nos embala e conduz a sonhos luminosos.

Por falar em dormir e sonhos luminosos, anteontem a noite ate ouve uma festa para me receber, ao que parece esta zona e dedicada a deusa Shiva e parece que ela gosta de fogo. Entao um individuo que e todo devoto deve ter-se esquecido de uma beata acesa ou um incenso mal colocado enquanto saiu da cabana e conseguiu pegar-lhe fogo. Acordei a meio da noite com uma cor estranha no canto superior da minha cabana pois era de noite e o laranja forte e facilmente desconfundido com o castanho dela. O som parecia de fogo de artificio e de um crepitar estranho, quando sai, na cabana ao lado da minha, altas labaredas tocavam o topo dos altos coqueiros, ja havia algumas pessoas a correr para ir buscar agua com os baldes, eu arrumei rapidamente a minha tralha (so no caso de termos de evacuar) e la me juntei no combate a besta. Foi fantastico ver como entre ir buscar um balde de agua e o lancar nas chamas, mais e mais pessoas se juntaram para ajudar e como cada um assumiu o seu papel, seja imposto pelas forcas da circunstancia seja escolhido por ter chegado primeiro, e se formou rapidamente uma corrente humana que permitiu encher baldes, transportar agua e deita-la sobre as chamas que enfurecidas se tentavam constantement reerguer e espalhar um reino de caos e destruicao. Ninguem disse nada, ou organizou nada, todos nos organizamos instintivamente e como um demos luta ao monstro. Estou fascinado. No final Shiva teve o seu fogo e o seu sacrificio, pois a cabana ardeu toda, nos ficamos descansados pois o fogo ficou apagado e o dono do complexo tambem pois apenas ardeu uma cabana. Sonhos de paz e tranquilidade de se seguiram, mas eu nao posso deixar de estar fascinado em como todos funcionamos como um num momento de tal confusao e necessidade :)

De resto posso agora constatar que o combate ao fogo e mesmo uma luta e percebo um pouco mais do que os nossos bombeiros passam e vivem perante tamanho terror e implacabilidade, parabens a eles pela vida e esforco arduo com que se dedicam a tal tarefa!

Esta na hora de ir nadar e descansar a seguir em mais uma conversa de mil e uma coisas interressantes!

Bom dia e um sorriso nessas caras!!! =D =D =D

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cores da Índia (parte II)

E pronto depois de uma breve descrição da Índia em palavras na entrada anterior, apresento agora mais imagens desta experiência que está longe do fim!

Entretanto os meus pais já partiram depois de três semanas comigo e o tempo, fielmente passou a correr. É impressionante quando estamos com pessoas que são realmente importantes para nós e quando estamos a viajar constantemente em movimento o tempo literalmente corre. Devem estar a chegar a Lisboa hoje ao final do dia e hoje fui eu que fiquei. Mas em breve estaremos todos juntos outra vez, por agora apenas posso afirmar que foi muito bom estarmos juntos estas três semanas :)

Deixo as imagens por ordem das cidades em que fui passando e serão um misto de caras e monumentos, talvez mais a primeira já que o importante são mesmo as pessoas que fazem deste país o que ele é :)

Srinagar (Kashemira): anos do meu pai

Kashemira mountains

Srinagar: House boats

Srinagar: reflexos

Ahllabad: cidade sagrada hindu

Varanasi: Ir aos Ganges sem lhe tocar não é ir à Índia

Agra: Taj Mahal

Fatepur Sirki: Cores

Jaipur: Ambar fort

Jaipur: Ambar fort, eles andam ai ... :P

Jaipur: encantador de serpentes

Jaipur: Amber fort

Jaipur: Amber fort frescos

Jaipur: City palace frescos

Udaipur: Tempo de lavagens (roupa e corpo)

Udaipur: Música tradicional do rajastão

Udaipur: A cidade romântica

Udaipur: sapatos em todas as cores

Pushkar: vendedora

Mumbai: A grandiosidade Inglesa misturada com o cricket Indiano

Mumbai: Dia de visita de estudo

Cochi: Fort Cochim, redes de pesca chinesas

Cochi: Kerala style :)

Mysore: Templo hindu com frescos no chão para sorte, saúde e riqueza

Mysore: gente comum

Mysore: onde está a vaca amarela?

Mysore: Mercado das tintas

Mysore: gente que ri

Bangalore: Mercado da fruta

Bangalore: Compras

Bangalore: Tribunal e símbolos da Índia (bandeira e os três leões)

Quanto a Goa e as praias, virão a seguir pois vou para lá hoje e por estas zonas ficarei uns dias a descansar e a reencontrar amigos de viagem, bem como viver e sentir mais de perto a cultura goesa.

Incrível Índia

Namaskar!

Antes de continuar com as imagens da Índia venho só falar um pouco dos sentimentos e vivências que tenho sentido e tido na Índia.

Primeiro estive no casamento logo após a minha chegada aqui, depois fiquei-me pelo Norte a viver com uma família Sikh durante treze dias. Nestes treze dias viajei por aldeias e pessoas, vi como a miséria afecta profundamente os pobres e a pobreza afecta profundamente a grande maioria da população indiana e pude discutir com a Manjeet e o Mushtag sobre estes assuntos e outros sobre o mundo e a Índia. Percebi também um pouco mais do papel da religião e da política neste país constituído por países, se pegarmos no universo Star Wars ou Senhor dos Anéis, é como ter aqueles povos ou raças todas a viver no mesmo país e a terem de se entender. craaaazy!

No norte da Índia existem mais pessoas, pelo que parecem afirmar os números, que se traduzem numa população maioritariamente pobre e que muitas das vezes vive em condições miseráveis. Por vezes apenas no meio da rua, maioritariamente rodeados do esterco dos animais, dos próprios animais e de todo o lixo que se deita para as ruas, claro a juntar a isto as águas estagnadas e o constante cheiro de fezes e urina, misturado com ... lixo. Tudo junto dá uma água de colónia bastante típica e cria uma Índia deveras incrível! 

Obviamente nem todos são pobres, existe uma classe média em crescimento, devido ao desenvolvimento do país, e também a classe rica. Todavia, entre todas estas classes existem coisas em comum, por exemplo as barreiras religiosas e as barreiras culturais. As coisas funcionam sem dúvida, mas tudo com um preço caro para alguns. Sem dúvida que a Índia tem um pouco de tudo para crescer economicamente e até tem um mercado interno devido ao número elevado da população, mas este mercado não está aberto a todos e muitos vivem com ordenados muito baixos, pois se um não quiser fazer algo, existem pelo menos mais dez para o fazer, é comer ou calar independentemente de ordenado ou condições de trabalho, surge então a pobreza provocada pelo capitalismo. Também por isto as pessoas tendem a virar-se para a religião que de facto por aqui é muito útil para organizar e controlar as pessoas de forma a que as coisas se mantenham desta forma por mais algum tempo. A pobreza criada pela religião verifica-se em todos os chamados religiosos que pedem dinheiro e andam andrajosamente vestidos com roupas que contêm a reminiscência das cores que um dia tiveram. As pessoas são educadas a pedir e a mendigar desde crianças pois funciona, todos dão dinheiro e os turistas mais que os outros e é mais fácil que, por exemplo ... estudar. Por isso é comum andar de um lado para o outro, especialmente nos locais turísticos, rodeado de crianças, mulheres e homens andrajosos ou não, mutilados, (veteranos de guerra), enfim uma panóplia de gentes que torna difícil manter constantemente um sorriso na cara ou falar com todos, pois toda a gente, quase sem excepção vem falar connosco para pedir algo depois.

Esta é a incrível Índia que todos vamos encontrar sem excepção e pode parecer que estou a fazer um julgamento da parte negativa e estou, pois sinto que no Ocidente estamos a ser de certa forma enganados quando nos vendem ou apregoam a Índia como uma maravilha, pois não é ou se viermos apenas para ver isso então nunca vamos saber o que é a Índia a não ser apenas um amontoado de monumentos (em decadência muitos deles) magníficos. Tem monumentos muito bonitos sem dúvida e até proporciona momentos de relaxamento, seja numa praia paradisíaca seja num Ashram ou templo onde podemos meditar ou fazer yoga por alguns dias, a única coisa pela qual eles sobressaem é porque têm um mestre ou guro que na Europa não há e porque são Oasis no meio de tanta pobreza e caos.

A parte negra está descrita, quanto à parte positiva, os monumentos são espectaculares nalguns casos, mas não deixo de esboçar alguma decepção quando estou perante o Taj Mahal e não sinto muito mais a não ser que é deveras enorme. Os templos são na maioria obras de arte sem dúvida, os rituais polvilham com luz, cor, cheiros e som lindos, as florestas de coqueiros e bananeiros no sul e centro, com as praias a coroá-las são um contraste com os campos mais secos do Rajastão e os nevoeiros e caos do norte. As cubatas existem por todos os lados e lá vivem pessoas como na África que conheço. O acesso a água é no estado do Gujarat e do Rajastão mais complicado mas não é um problema nos outros estados cheios de água devido às monções. Mas o mais brilhante são de facto as mulheres e as raparigas indianas, diria mesmo que são o sol deste país devido à sua beleza e às cores vivas que usam nos seus saris, aos brincos, pulseiras e penteados cobertos de flores que se podem ver em qualquer estado, em qualquer cidade. Do Norte ao sul, quer estejam cobertas à estilo muçulmano, à estilo hindu, à estilo tamil, ou outro estilo qualquer, a cultura está latente nas "bindhis" (pintas vermelhas na testa), nos anéis nos pés ou mãos, nas pulseiras, nos olhos vivos que perscrutam do meio de um preto absoluto que cobre todo o corpo, nas pinturas de heena nas mãos, pés e braços, as cores das vestimentas, nos sorrisos ou forma como se escondem, enfim, vivem e sente-se a sua presença viva em redor de nós.

A hospitalidade aqui também existe e tenho-a vivido mas existe mais da parte de quem pode fornecê-la e não tanto de quem quer dá-la.

É o misto de tudo isto que cria a incrível Índia, pois uma coisa é certa, até agora em todas as minhas viagens pelo mundo (apercebi-me há cerca de dois dias que já estive em todos os continentes menos na Oceânia e Polo Sul e já vi os grandes oceanos da terra tendo-me banhado neles também), nunca estive num sítio onde as contradições, a diversidade e os sentidos fossem tão usados e forçados a estar presentes a todo o segundo como aqui. Por tudo isto penso que a Índia merece ser conotada como incrível!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cores da India (parte 1)

Porque o que o vemos e sentimos é provocado pelos cinco sentidos (e por um sexto que todos temos mas é dificil aceitar por vezes), e porque eu não consigo transmitir sabores, cheiros da mesma forma que consigo por aqui as imagens, deixo a primeira parte de imagens da Índia que me têm marcado mais :)

Aproveitem, os monumentos e outras imagens vêm a seguir ...


Delhi: Red Fort

Delhi: Comiiida

Delhi: Heena

Almora: Viagem de autocarro

Kasar Devi: o meu quarto

Kasar Devi: Vista dos Himalaias

Kasar Devi: moi meme

Kasar Devi: Lágrimas de água

Kasar Devi: roupa colorida

Kasar Devi: sementes a secar

Kasar Devi: roupa a secar

Kasar Devi: escolher sementes

Kasar Devi

Haldwani: manhã de nevoeiro

Haldwani: conversas

Haldwani: campo

Haldwani: colagem de logo a estampar com tinta

Haldwani: Festa ou não ...

Haldwani: escritas e brincadeiras

Haldwani: heena com o meu nomw :)

Haldwani: Sala/quarto

Haldwani: Reunião matinal

Haldwani: quinta e casas dos trabalhadores

Haldwani: Sikh

Haldwani: Natal

Haldwani: Natal

Em breve a parte dois :)