domingo, 23 de outubro de 2011

Nemrut: O inferno branco!!!

Viva!
Estou ainda em Tabriz no Irao e estou a aproveitar estes dias para descansar, ver a cidade que e grande e conhecer um pouco mais da cultura iraniana enquanto actualizo tambem o blog.
Assim sendo vou continuar do ultimo ponto onde fiquei!
Estava em Tatvan e como disse anteriormente a ideia era subir ao monte Nemrut e pernoitar junto do lago de agua quente que existe no interior. Este lago existe pois o monte na verdade e um vulcao cuja ultima erupcao ocorreu a cerca de 500 anos, mas que tem ainda alguma actividade interior e por isso emana a superficie em alguns pontos agua quente. Dito e feito, decidimos subir e la fomos os tres (eu, o Thybaul e a Judith) pelo monte acima. Na subida paramos tres vezes para cha, junto da casa de um taxista, numa aldeia no sope da montanha (onde as senhoras foram simpatiquissimas e nos deram pao e queijo, alem do cha) e ainda num hotel fechado nesta altura pois apenas serve os turistas que vao para esquiar na montanha a partir de novembro. Posso dizer que estas pessoas foram as nossas salvadoras pois nao tinhamos muita agua, nem comida e assim ficamos abastecidos de provisoes para pelo menos dois dias na montanha.
A subida e cansativa, sao cerca de 20 km a pe com as mochilas as costas e ainda por cima com um vento frio constante a soprar. Mas o sol la ia dando ares da sua graca e podemos apreciar as paisagens retalhadas de verde e castanho, os pastores e as suas ovelhas, a vida na aldeia, um acampamento cigano no sope da montanha, enfim uma data de coisas que nos deixam embebevecidos por mais mas de certeza com o ponto alto quando chegamos ao topo da montanha e ao inicio da descida para o interior da cratera, a paisagem e de cortar a respitacao.
 Apos 8 horas e tal a caminhar la chegamos pelo inicio da noite ao local de dormida junto ao, supostamente, lago quente. O frio ja se fazia sentir e procuramos lenha para fazer uma fogueira enquanto tentavamos perceber onde estava a agua quente, mentira nao havia nenhuma, desilusao mas ao mesmo tempo alegria por estarmos num local lindo e que um casal de viajantes que tinhamos encontrado na subida nos disse que era possivel acampar e que era fantastica a experiencia pois nao havia ninguem e o tempo estava extraordinario! Mal sabiamos nos :)
A meio da noite acordei com frio pois o meu saco cama e de verao e estava um frio estranho la fora, fora isto apenas o som do vento e da chuva, que alias anteriormente era apenas do vento e do silencio caracteristicos destes lugares inospitos mas cheios de magia. De manha um frio ainda mais estranho e um som de qualquer coisa a bater no topo da tenda que nao era chuva, pareciam pequenas pedras, toca a abrir a tenda e olhar la para fora e qual nao e a nossa surpresa quando nos deparamos com um cenario esbranquicado a nossa frente, estava a nevar!!!
Tentamos esperar que a tempestade que entretanto se levantou terminasse enquanto conversavamos e comiamos os restantes mantimentos dentro da tenda, quando finalmente amainou um pouco arrumamos tudo rapidamente e saimos, mas comecou a nevar um pouco mais, mas tinhamos de sair dali pois nao aguentariamos mais uma noite naquele frio e nao sabiamos quanto tempo ia durar o nevao. Fizemo-nos a estrada e ao final de tres horas a caminhar, quase a chegar ao final dos 8 km da cratera e portanto a iniciar a subida para o topo da montanha onde estava o acesso a base da mesma no outro lado saos e salvos, o sol aparece para nos ajudar. Ja so pensavamos em chegar ao hotel a meio da descida onde tinhamo o dono a nossa espera com cha e pao ... J
Posto isto foi apanhar um taxi do hotel a meio da descida da montanha ate Tatvan, depois uma camionete onde conhecemos o Ismet que nos convidou para pernoitar na sua casa em Van. Ainda nesta tarde ficamos a saber que tropas turcas foram mortas no norte do iraque e que os turcos estavam a bombardear a zona curda do iraque, motivo pelo qual passamos por uma coluna militar.
Na proxima entrada coloco o que sei sobre a familia Curda/Turca e depois as primeiras impressoes e vida no Irao ate agora! Entretanto hoje a noite sigo para Rashed no norte do Irao e para junto do mar caspio e montanhas com arrozais e onde se produz o cha iraniano.
Deixo-vos com um sorriso e um regalo J

2 comentários:

  1. Ai que inveja! não de andares mais de 20km com mochila às costas, de levares com vento frio na cara e de terem de fugir da tempestade, mas acordar e estar nevar do lado de fora da tenda deve ser qualquer coisa de fantástico...tiraste fotos certo? =oD

    até logo... =o)
    Ana Fortuna

    ResponderEliminar